Sou, muitas vezes, uma besta para as pessoas.
Sou, muitas vezes, mesmo.
Só não sou, muitas vezes, consciente disto.

As pessoas estão a ficar malucas, estão a perder a noção, a credibilidade e a moral.
Estão loucas!
Viajam em grandes ideias que eu não sei onde nascem, mas evoluem com uma velocidade estonteante.
Que loucura, a que vejo!
A que fotografam, tudo exposto assim como se eu me interessa-se pela vossa loucura.
Não, seus loucos!

 A vida só é fodida para quem é fodido para si próprio.
Quando levas o egoísmo ao colo e o perfume entre os dentes, mostras seres capaz de qualquer coisa.
Só o cego que já foi egoísta e perfumado de alguma maneira é que cai na poça, por ser cego pelo que já foi. Não é o jogo do toma lá, dá cá, é o jogo do toma lá pela merda que já fizeste.
Hoje sinto-me crescida. E a droga é uma merda, já dizia o velho slogan da rádio Cidade.

Porque é o que ainda me faz mover, coisas belas.

Pintei o quarto de um azul, verde, marinho, turquesa, piscina, sei lá que cor é aquela, mas é bonita.

Sinto-o fresco e tranquilo.

Tenho uma luz vermelha que tanto me faz lembrar as longas noites em casa do C., onde após o jantar habitual, nos espalhávamos pelo quarto a conversar, fumar charros, beber copos e ouvir Pink Floyd. Este candeeiro super típico e barato faz-me viajar entre recordações e saudades, os cheiros deles ainda vivem no meu nariz, os filmes que víamos juntaram-se aos meus preferidos e principalmente a música que partilhávamos, ainda hoje, me faz muito feliz. Sinto saudades. Como de tudo, como de vocês, nós, todos juntos sob aquela luz vermelha, na mesinha de cabeceira.

Trafulha são os outros, tu és só giro.

E de repente, Gosto de ti.

 

Mr. Miles

Percebi, finalmente, que tudo tem a ver com confiança, e é em ti não nos outros. 

Quanto mais depositas confiança na outra pessoa, menos tens em ti. Quanto mais te dedicas a uma pessoa, menos tempo dedicas a ti. É certo que se fosse algo mútuo as coisas funcionariam melhor, mas digo-vos,

o tempo é curto e o ritmo é duro. Não há outra maneira de sonhar, senão acordada.

Tive a maior desilusão de sempre.
Transformaram o meu bar preferido numa pocilga com música estridente, mal entrei desatei a chorar. Pode parecer ridículo mas não contive quaisquer lágrimas.
Os quadros, o jazz, a simpatia, o amor, os momentos e os cigarros.

Hoje sonhei tão profundamente que sinto que a minha sorte vai mudar. Reapareceste na minha vida, man. Ou não chovesse assim lá fora.

Com muito amor.

Reencontro alguém, isso.
Deito-me à meia noite, isto.

Não há nada.

Não sinto.

Sempre gostei de drama.

Foi assim, queria isto e depositou-se sobre aquilo.
Por fim o silêncio, chamava-se cobardia.