quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Rosa chegou ao supermercado, colhia legumes em prol do seu bem estar, de uma feijoada a um sorriso, ela nunca esperara grande apreço de quem lá fosse comer. Levou os verdes e os escuros, pensando com eles fazer uma revolução didáctica. Não tinha ninguém para jantar, nunca teve. Desta ilusão nasce a vontade de querer, não possuir, só ansiar, afecto. Rosa tem a capacidade de fazer a felicidade acontecer mas ela só colheu repolhos (e) ainda enterrados.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A festa havia começado, Rosa sentia-se quente, tão quente que sempre que podia ajeitava o fio dental só para tocar nos seus lábios firmes e molhados. Estava determinada a encontrar alguém, um sujeito qualquer, pois queria só por uma noite não estar sozinha. Entregar-se durante horas e sentir qualquer coisa, esse alguém ou só a certeza da sua solidão misturada com a libido fresca dessa noite. São festas.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

De volta à velha cidade decidi encontrar-me com velhos amigos. Encontrei-me em primeiro lugar com a Maria, fui ter com ela a um restaurante de classe alta, espantei-me ao entrar e ver um enorme grupo sentado à mesa com ela. Embora não fosse nada daquilo que me tivesse a apetecer juntei-me. Brindaram-me inicialmente com vinho caro e logo de seguida com whisky raro. Deixei-me levar por aquele ânimo todo, no meio de risadas histéricas, flash, copos a tilintar com pratos, perfumes baratos e decotes depravados, eu estava totalmente entregue até que vi, no fundo da mesa, um senhor muito bem parecido a olhar discretamente para mim. Levantei-me e fui juntar-me a ele, trocámos não mais que quatro frases e abalámos. Ao entrar no carro, completamente esfomeada, soltei um não sabes com quem estás a falar, vou-te foder todo! Assustado ou não, deu cabo de mim em todos os sítios, primeiro no carro, depois na rua junto à minha casa, ao subir de elevador rasgou-me as cuecas e mesmo antes de entrar fodeu-me contra a porta. Depois disto, só me lembro de ligar à Vanessa desesperada, pouco ou nada tinha na memória. Não entendia por que raio tinha as cuecas à entrada de casa e as calças no quarto.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Decidi viajar para bem longe. Há muito que esperava por este descanso merecido. Agora sem o Joaquim estou livre para experimentar uma outra vida. Apanhei o autocarro com destino indefinido e ao entrar reparei de imediato no senhor ao fundo, usava chapéu de palha e uns enormes óculos que lhe compunha uma face de idiota. Ao sentar-me junto a ele arrebitei a saia e sorri-lhe descaradamente. Chamo-me Rosa, disse-lhe eu. Francis, respondeu-me enquanto o seu luminoso dente de ouro me sorriu. Senti naquele momento uma grande hipótese de puro divertimento. Conversámos durante horas e trocámos gestos, algumas carícias e principalmente promessas de felicidade. A ingenuidade vivida naquele autocarro já bastava para uma mulher como eu.
Desci com Francis numa aldeia de nome brusco, estava repleta de mediocres casas onde o castanho predominava. Estávamos prestes a viver uma história de amor. Cedi ao seu encanto de meia idade e ele à minha profunda carência vestida de simpatia. Ficámos na residencial mais próxima e no melhor quarto com vista para o mar. Depois de instalados aproximei-me da janela e pensei em toda aquela paixão irónica. Francis agarrou-me por trás e beijou-me a nuca, respirava exaustivamente sobre o meu corpo e excitei-me como há muito não me excitava. Os nossos corpos cairam ali mesmo naquela carpete verde. Vibrávamos em conjunto enquanto as nossas mãos prendiam todas as partes do nosso corpo. A boca dele sugou o meu sexo e eu gritava por mais velocidade. Queria aquele prazer para sempre! O pénis do Francis tinha uma particularidade generosa, bastava senti-lo a roçar na minha vagina que suspirava constantemente. Agarrei-o com toda a minha força e obriguei-o a penetrar-me indelicadamente, enquanto ele gemia e cuspia, cada movimento bruto transformava-se em pingas de suór, fluídos sexuais e trocas de palavras ordinárias. Senti o poder do prazer! Vim-me de um modo explosivo sob Francis e minutos depois o seu esperma projectou-se dentro de mim. Deixei-me ficar deitada sob a àspera carpete numa respiração serena, Francis olhava-me directamente e o brilho do seu dente ofuscava-me, então pedi-lhe para se virar e enconstar-se ao meu peito suado.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

No outro dia liguei à Vanessa para irmos sair. Eu não era mulher de noitadas mas estava mesmo a apetecer-me. Lá no decorrer da noite, no meio da música estridente e das luzes intermitentes surgiu um senhor muito bem parecido, com os seus quarenta e poucos anos. Não me senti logo atraída por ele, com um homem em casa temos de nos controlar, não muito, mas o suficiente. Dei por mim a conversar com ele, enquanto Vanessa dançava de olhos completamente fechados. Ele convidou-me para ir até sua casa. E lá fui. Despedi-me da Vanessa com um pequeno toque no ombro e saí. Ele tinha uma casa fantástica, bastante organizada, estranhei o facto mas nem lhe perguntei. Se calhar era casado e a mulher estava fora, não queria saber. Fomos directamente para o quarto. Sentia o meu corpo pesado, cheio de álcool, mas ao mesmo tempo cheio de vontade de se entregar ao corpo dele. Não sabia o seu nome e isso pouco me importava. Na verdade, só queria ter uma noite quente. Usar e ser usada.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Fui acordada pela Gisela, houve uma catástrofe, gritou-me ela bem alto pelo telefone. O seu marido estava morto no meio do chão da sala. Eu, ainda a morrer de sono, saltei da cama e pedi-lhe para me esperar. Tirei a camisa de dormir de imediato e arranquei do armário um vestido florido, pouco apropriado, e vesti. Saí a correr, não tinha dinheiro para táxis, segui até ao metro. Passado largos minutos cheguei a casa da Gisela. Ao ver-me naquele cenário sangrento, fiquei em pânico. Desconfei logo que ela o matara, pois ele era um homem de jogo. Imaginei logo a melhor maneira de me livrar do corpo.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ontem recebi um amigo em casa, o Sr. Tomé. Já há muito que não o via, não tinha envelhecido nada. Senti-me tentada a perguntar-lhe o seu segredo mas mantive-me calada e de sorriso simpático. O Sr. Tomé era um grande amigo de Joaquim, andaram os dois na tropa e desde então não se largaram. Eu nunca disse nada ao J. mas havia alturas que o Sr.Tomé me ligava a dizer o quanto me amava e pedia-me quase em desespero para largar tudo e fugir com ele. Nunca lhe dei muita bola mas confesso que aquele olhar meigo deixava-me de rastos. Quando estava na cozinha a preparar umas modestas entradas, o Sr. Tomé agarrou-me ao de leve na cintura e disse-me ao ouvido que não aguentava mais ver-me com o Joaquim. Achei aquela situação toda bastante excitante. Virei-me e beijei-o como se o amasse. Ele agarrava-me com mais força. Eu senti a chave na fechadura, devia ser o Joaquim. Ajeitámos muito depressa as roupas e tentámos manter a calma, acenámos a J. e eu continuei de volta dos queijos e dos presuntos.

Joaquim acordou-me com um toque bruto, puxou-me para ele com as suas mãos ásperas e disse-me ao ouvido: 'Vou dar cabo de ti". Estranhei tamanha vontade de me rebentar toda mas cedi. Realmente não era nada normal Joaquim tocar-me assim, virou-me de todas as maneiras. Quanto mais quente ficava mais suave a minha pele se tornava. Escorriam pingas do rosto de Joaquim. Gritei bem alto como era bom ter aquelas mãos enormes a agarrarem-me as ancas. Acabámos de foder. Eu, ainda incrédula, fui ao espelho da casa de banho, meti as mãos à cara e exclamei um uau, tinha sido uma grande foda. Preparo-lhe um pequeno almoço delicioso e saio.

domingo, 26 de setembro de 2010

Sábado de manhã, acordei e reparei no dia chuvoso que estava lá fora. Acordei o Joaquim e pedi-lhe para me tocar, como sempre, murmurou baixinho umas quantas asneiras e eu levantei-me da cama. Dirigi-me ao espelho da casa de banho e reparei em meia dúzia de rugas óbvias na minha testa. Desanimei e fui esticar-me no sofá. Encontrei uma revista já velha por baixo do sofá, Francisca, era assim o nome. Fui directamente aos contos eróticos e entretive-me até o Joaquim acordar.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Eram três da tarde, lá fui eu ao supermercado comprar bacalhau para o meu Joaquim, na secção dos enlatados, qual foi o meu espanto ao encontrar o meu antigo amor, o Pierre. De cabelo platinado, calças bem justas e já velhas, com uma camisa com losangos verdes e amarelos, voltei a encantar-me. Rapidamente ele dirigiu-se a mim com o tal olhar charmoso. Trocámos dezenas de palavras e acabámos por largar os cestos das compras e dirigimo-nos à Pousada Sr. Gerard, que ficava ali bem perto. Fodemos durante quatro horas. O sexo com o Joaquim não era nada daquilo. O Pierre conseguia manter a pila dura durante horas e isso não me desanimava nem um bocado. Saí da pousada sozinha. Ignorei completamente o dever de ir comprar o bacalhau para o J. Apanhei o metro e no meio daquela confusão pensei no Pierre, é justo sentir-me bem porque fodi com ele.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Cheguei a casa já era noite. Reparei que Joaquim não estava, pois não deixara os sapatos fétidos à porta como era costume. Achei logo estranho, não era nada habitual chegar depois dele, quis logo parecer-me que estaria em sarilhos. Liguei à Cristal e perguntei-lhe pelo Joaquim. Como sempre, mudou de assunto muito rapidamente e eu desliguei sem um adeus. Ignorei a minha preocupação e fui estender a roupa.

domingo, 5 de setembro de 2010

Abri a porta do quarto e reparei no seu corpo lânguido deitado sobre a cama. Perguntei-me porque não tirara os lençóis de cetim que me haviam oferecido quando casara pela primeira vez. É sempre a mesma coisa, ainda por cima aquele rosa claro é facílimo de sujar. Adiante, cheguei junto ao seu ouvido e disse-lhe baixinho que estava na hora da labuta, como sempre, resmungou entre dentes algo desagradável. Saí e dirigi-me ao lava-loiça, estava apinhado de loiça suja mas ainda assim servi-me de um copo com água. Acendi o primeiro cigarro do dia e comecei a coçar a testa já suada, tem sido um Verão impossível, disse baixinho.Voltei a espreitar para o quarto e reparo que Joaquim não se mexera nem um segundo. Ignoro-o e saio.