quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Há um tipo que trabalha comigo que consegue ser o maior anormal de todos.
A prepotência do individuo dá-me vontade de coçar o rabo.
O que será que leva as pessoas a sentirem-se maiores que as outras quando na realidade essas são um pedaço de cocó ao sol já faz tempo?

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Desde que trabalho na cozinha o meu corpo transformou-se num museu de azares, se já coleccionava de forma amadora azares domésticos, agora é uma exposição constante. Surpreendi-me ao olhar para o polegar, tinha uma farpa há semanas e quanto mais tentava tirar mais me incomodava, hoje desapareceu. Estou estupefacta, já conversava com a farpa, discutíamos a melhor forma de ela saltar do polegar mas pelos vistos acabou por sair à francesa, sem qualquer recado, assim se foi. Espero que as borbulhas que tenho na face também desesperem mas com estas as conversas estão sempre emersas de cerveja.

domingo, 3 de novembro de 2013

Agora vivo numa cozinha, o excesso de inox provoca-me uma espécie de calafrios mas só não consigo perceber se me excita ou amedronta. Não consigo.
Agora estou a aprender, como profissional, confeccionar coisas e elaborar outras, conhecer sabores e desfrutar do prazer que isto me dá.
Agora estou capaz de manter dois empregos e não ter tempo para mim, está a dar-me um gozo dos diabos, a minha libido encostou-se à parede e diz que está de férias, o meu coração tornou-se frio e incapaz de amar, deste cenário dantesco resta-me uma cama nova, uma morada nova e o costume copo alto a acompanhar.
O Charlie Haden faz-me chorar, afinal tudo é mágico, quando de mudanças se trata.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

É verdade, ainda nem sequer falei do meu trabalho novo, onde cozinho, sou simpática, conheço pessoas brutais, rio, oiço jazz, oiço bossa nova, vejo arte e artistas, isso, luzes por aí, por aqui, e muita sorte nesta nova mudança. Onde quero crescer porque tenho tempo, onde quero evoluir porque sou capaz, onde nem sequer me custa acordar às sete da manhã porque passei a gostar, onde aproveitar o dia, o tempo, o tempo, faz parte de mim agora. Brindo-vos com Grão Vasco, refugio-me do frio, é que adoeci há uns dias.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Trabalho das 8h00 às 15h00.
Escrevo compulsivamente das 15h00 até o Mozart tocar a cena nupcial.

Mudam-se os trabalhos e seja energia ou luzes e pozinhos, os clientes vieram ter comigo.
Já não temos a dita sandes de frango mas quererá provar a nossa excelente disposição?

terça-feira, 27 de agosto de 2013

No dia em que decidi despedir-me (ontem) fui ao café habitual, de gentes boas, desabafei em tom sufocante o que me afligia e aí, ofereceram-me trabalho. Melhor que isto só Bolo do Caco cheio de manteiga de alho.

DESPEDI-ME.
E, mais que aliviada, feliz.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Cenas bonitas, de uma vida fantástica
Desenvolvi a watermelon disease, dá diarreias e certezas absolutas de causas, talmbém pode provocar parvoíce exagerada, o rídiculo dá-se de imediato e não tenho quaisquer contra-indicações.
Dizem-me fatigada,  eu só me sinto deslumbrada neste circo em que o pó reside em cima da mesa.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Não foi a minha melhor semana, juntando a todos os azares domésticos, estilhaçou-se um copo à minha frente, junto à minha cara e, adivinhem, estava de olhos abertos.

sábado, 16 de março de 2013

Recebi uma proposta para ir para a Roménia.
Logo agora que estou bem da cabeça.

sexta-feira, 8 de março de 2013

O único momento do meu dia em que consigo parar para ler é na minha meia hora de almoço.
Trágico e pouco motivador, ora foda-se.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Desde as nove até às oito da noite que não páro.
Faz-te mais forte, diz ele. Concordo, apalpando as minhas pernas, é isso.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Perguntam-me o nome e já me sinto em casa, não no espaço físico mas no amado.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Hoje estou de folga, amanhã trabalho e sábado entro de férias.
Arranco sozinha para limpar a cabeça.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Perdi o telémovel há uns dias e ontem o Sr.Dinis ofereceu-me um.
Mais que um bom cliente é quase um amigo, mas de facto o que predomina na mesa oito é o excesso de machismo banhado com óleo de cobra e ganga já velha.
Agradeci e sinto-me grata, de verdade.
Agora, que aceitei, sinto-me na obrigação de estender as conversas.
É sempre assim que isto funciona? Baixares a cabeça só porque alguém foi bondoso para ti?
Viver na sombra dos meus erros e esperando que finalmente me perdoes?
Não ter direito a sequer ser feliz?
Diz-me, agora tu, eu mereço isto?

É que eu já sou boa a puxar o meu ego para baixo, aliás, muito boa.
E a tua ajuda tem sido espectacular.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Uma semana inteira de trabalho sem folgar.
Ainda por cima dolorosa, com crises alheias e hipocrisia a quanto basta.
Foda-se, hoje vou embriagar-me entre os lençóis e restos de garrafas.
Não aguento este cansaço, sem poder mandá-los para o caralho.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"Já ninguém vive de grandes amores, só de paixões." disse a D.Fernanda, quase tão directa como correcta.
Apeteceu-me abraçá-la e chorar durante horas.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Não posso produzir-me mais que anda logo passarinho no ar.
Se bebesses menos e respeitasses mais, andaria amor ao trabalho no ar.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Hoje senti uma tristeza enorme, mais uma.
Mais uma vez apaixonei-me e mais uma vez não pude levar a minha avante.
Mais uma vez acontece-me sempre o mesmo.
Sempre por maldade alheia, fodam-se.