segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ernesto era um homem simpático, bem parecido e responsável. Tinha a sua vida já bastante delineada, inúmeros projectos a serem cumpridos, uma mulher incrivelmente bonita e inteligente a seu lado, não havia nada a completar a sua vida já perfeita. Certo dia, a caminho do trabalho, estava a pensar em nada e em como nada lhe sabia realmente a sua vida. Era um sabor já seco na boca, como se de uma enorme ressaca se tratasse, que com o passar das horas tornava-se ainda mais incómodo. Ernesto ficou apático, à frente do volante começou a perceber que o nada o perturbava. Saiu do carro e foi directo a um café, pediu o habitual café curto e tentou saboreá-lo mas nada, não lhe sabia a nada. A sua angústia aumentava e ele mostrava-se cada vez mais inquieto por isso voltou para o carro. Ligou o rádio e numa ópera profunda continuava a sentir nada senão uma apatia grotesca, mesmo assim Ernesto decidiu ir até ao trabalho, pois estava confiante que o stress dos papéis e dos prazos limitados lhe iriam dar a adrenalina que ele tanto gostava. Nada, assim se sentia perante o trabalho por que tanto tinha lutado. Ainda mais paranóico, ligou à sua mulher que tanto admirava e desejava, que nas noites frias lhe devorava o sexo e aquecia o seu coração já fatigado. Não houve resposta. Ernesto levantou-se e dirigiu-se à máquina do café, bebeu-o num só gole e sorriu.

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la folie

café, é de facto, das melhoras merdas.

Rrose

Ontem bebi um expresso no Starbucks, ia morrendo. Só merdum dentro daquela pequena chávena.

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