terça-feira, 21 de maio de 2013

Não gosto de hospitais mas gosto de escrever sobre eles.
Sobre aqueles corredores silenciosos, vazios e cheirosos. Sobre a dor imensa contrapondo com o silêncio sem sentido. Assim foi, assim será, até à alta. A única coisa que me atrai nos hospitais é o cheiro, quero cheirá-lo até ao fim, mas sem visão, não quero ver as pessoas feias, sofridas, sem cabelo, com cores diversas. Quero ver a minha mãe, como ela era. Só lhe vejo o humor tapado por ligaduras já amarelas, os olhos ainda inchados do remendo falso contra a dor. Dêem-lhe os dentes, quero vê-la sorrir.

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